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estratificada que foi definida por critérios probabilísticos, por meio de cálculo amostral, definiu-
se a amostra de 341 alunos que participaram do estudo.
Foi solicitado aos 14 professores e aos 341 alunos com distorção idade-série que
aceitaram participar do estudo, que desenhassem livremente em uma folha de sulfite sobre duas
pessoas: “uma que aprende” e “uma que ensina”. Cada participante escolheu livremente os
materiais para realizar o desenho, como lápis, caneta, caneta hidrocor, entre outros. Os
professores confeccionaram os desenhos em Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC)
e os alunos com distorção idade-série realizaram o desenho em sala de aula. Foram realizados
14 desenhos pelos professores e 341 pelos alunos com distorção idade-série.
O desenho é um recurso privilegiado para expressar sentimentos, emoções e
representações. Gomes (1996, p.13), relata que “[...] é uma das formas de expressão humana
que melhor permite a representação das coisas concretas e abstratas que compõem o mundo
natural ou artificial em que vivemos”. O uso do desenho como instrumento de coleta de dados
mostrou-se propício para ser aplicado com os alunos com distorção idade-série e com os
professores, uma vez que trouxe preciosas informações sobre os significados que são
compartilhados socialmente sobre a escola. Os desenhos constituem um recurso valioso para a
análise das representações sociais dos professores e alunos sobre o ensinar e o aprender, porém
na medida em que são compostos por simbolismos não são fáceis de se interpretar, pois nos
rementem a um amplo imaginário social (NOVAES, 2010).
A partir desta etapa, aplicou-se o método de análise de conteúdo, sistematizada por
Bardin (2016), expressa a partir de inferências e análises dos resultados. Bardin, afirma que
“[...] a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análises das comunicações (BARDIN,
2016, p. 70), é uma técnica de investigação destinada a formular, a partir de certos dados,
inferências reprodutíveis e válidas que se podem aplicar a um contexto.
Bardin (2016) aponta que existe três fases para que a análise de conteúdo seja
realizada, sendo elas: a pré-análise, a exploração do material e o tratamento dos resultados (a
inferência e a interpretação). A pré-análise é a fase de organização, na qual escolhe-se os
documentos que serão submetidos a análise, a formulação de indicadores que facilitarão a
análise final e a definição dos objetivos, no presente estudo escolheu- se os desenhos como
documentos para serem analisados.
A segunda fase, proposta por Bardin, refere-se à exploração dos materiais, consiste na
codificação, tabulação e categorização do instrumento utilizado neste estudo (desenho).