ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO E SAÚDE MENTAL

O cuidado pela clínica peripatética

Autores

  • Rinaldo Conde Bueno ufmg

DOI:

https://doi.org/10.33836/interacao.v25i1.763

Palavras-chave:

Acompanhamento terapêutico, Reforma Psiquiátrica, Desinstitucionalização, Saúde mental, Clínica peripatética

Resumo

A década de 1960 foi marcante no âmbito das Reformas Psiquiátricas no Ocidente.  Outras formas de tratamento foram experimentadas a partir do que o processo de Desinstitucionalização indicou em relação aos cuidados com as pessoas em sofrimento mental. Nesta pesquisa é feita uma revisão bibliográfica sobre novas formas de assistência em saúde mental, ressaltando a prática do Acompanhamento Terapêutico (AT) como um dispositivo potente nessas novas formas de lidar com a loucura. Ainda que pouco difundido no âmbito nacional em serviços substitutivos ao manicômio, pretende-se com este trabalho uma exposição acerca dos cuidados e possibilidades do AT na luta pela cidadania do louco em seu território. Para tanto, a práxis de um fazer clínico peripatético vai ao encontro das prerrogativas de tratamentos desinstitucionalizantes por vislumbrar o povoamento de novos espaços de vida territoriais e em construções de redes fortes no enfrentamento do estigma do louco e de sua exclusão social.

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Publicado

2023-05-30

Como Citar

Conde Bueno, R. . (2023). ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO E SAÚDE MENTAL: O cuidado pela clínica peripatética. Interação - Revista De Ensino, Pesquisa E Extensão, 25(1), 22–35. https://doi.org/10.33836/interacao.v25i1.763