A INFÂNCIA EM BACHELARD E STEINER: UM PONTO DE VISTA DA EDUCAÇÃO ANTROPOSÓFICA CONTRA A CRÍTICA DE ONFRAY

  • Gabriel Kafure da Rocha UFRN
  • Debora Maria dos Santos UFRPE
  • Ronald Oliveira Pinho UNILAB
Palavras-chave: Imaginação, Infância, Moral

Resumo

O presente estudo crítico pretende tratar do ato de filosofar enquanto possibilidade de retomada da infância mais longínqua e que permanece por toda a vida. O ato criador é antes de tudo um potencial cósmico, pelo qual a criança se apropria de seus mundos interiores em toda a sua inteireza na multiplicidade das infâncias, de modo que a infância pode e deve habitar em cada um de nós. Nesse sentido faremos um estudo crítico aproximando a filosofia de Gaston Bachelard (1884-1962) com Rudolf Steiner (1861-1925). Um lampejo dessa aproximação já foi realizado anteriormente por Michel Onfray (1959 -) em seu livro Cosmos, contudo, por meio de um ponto de vista crítico diferente de Onfray (que considera o trabalho de Steiner duvidoso), gostaríamos de encontrar aproximações possíveis entre o humanismo bachelardiano e a antroposofia, tentando conciliar principalmente os aspectos de transição entre a infância e a juventude, que ambos empreender e que são baseados na relação do ser com o cosmos, a natureza e seus elementos. Para isso, partiremos do texto A poética do devaneio de Bachelard fazendo uma intersecção com a conferência O valor moral da cultura científica, bem como, nos utilizaremos de dois textos de Steiner, A filosofia da liberdade e A educação da criança segundo a ciência espiritual. Nesse processo investigativo, utilizamos uma metodologia praxeológica que vai desde uma investigação contextual sobre os aspectos filosóficos, pedagógicos e antropológicos que nos levaram aos resultados do imaginário da infância bem como suas implicações morais na construção subjetiva do conhecimento.

Referências

ARIÈS, Philip. (1960) História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.

BACHELARD, Gaston. (1934) Valeur morale de la cultura scientifique. 6e Congrès International d'éducation morale. Cracovia. In: GIL, Didier. Bachelard et la culture scientifique. Paris: PUF, 1993. pp. 7-12.

______. (1943) O ar e os sonhos: ensaio sobre a imaginação do movimento. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

______. (1960) A poética do devaneio. Tradução Antônio de Pádua Danesi. São Paulo : Martins Fontes, 2009.

BUCKINGHAM, David. (2000) Crescer na Era das Mídias Eletrônicas. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

DURAND, Gilbert. (1964) A imaginação simbólica. Lisboa, Portugal: Ed. 70, 1993.

FABRE, Michel. Bachelard éducateur. Paris: PUF, 1995.

JEAN, Georges. (1983) Bachelard, la infância y la pedagogia. Trad. Juan José Utrilla. México: Fondo de cultura econômica, 1989.

LAMY, Julien. Le pluralisme cohérent de la philosophie de Gaston Bachelard. Tese de Doutorado em Filosofia. Université Lyon III, 2014.

ONFRAY, Michel. Hommage à Bachelard. Paris: Editions du Regard: 1998.

ROMANELLI, Rosely. (2015) A cosmovisão antroposófica: educação e individualismo ético. Educar em Revista, Curitiba, n. 56, p. 49-66, abr./jun.

SARMENTO, Manuel Jacinto. As culturas da infância nas encruzilhadas da 2ª modernidade. Braga: Instituto de Estudos da Criança, Universidade do Minho, 2003.

STEINER, Rudolf. (1893) A Filosofia da Liberdade. 2. ed. São Paulo: Ed. Antroposófica, 1988.

______. (1907) A Educação da Criança Segundo a Ciência Espiritual. Trad. R. Lanz. São Paulo: Ed. Antroposófica, 3ª ed. 1996.

WUNENBURGER, Jean-Jacques. Imaginaires et Rationalité des Médecines Alternatives. Paris: Les Belles Lettres, 2008.

_____. Gaston Bachelard, poétique des images. Paris: Editions Mimesis, 2014.
Publicado
2019-11-21
Como Citar
Rocha, G. K. da, Santos, D. M. dos, & Pinho, R. O. (2019). A INFÂNCIA EM BACHELARD E STEINER: UM PONTO DE VISTA DA EDUCAÇÃO ANTROPOSÓFICA CONTRA A CRÍTICA DE ONFRAY. Interação - Revista De Ensino, Pesquisa E Extensão, 21(1), 51 - 67. https://doi.org/10.33836/interacao.v21i1.284