Território e desterritorialização

um devir nômade no Acompanhamento Terapêutico

Autores

  • Rinaldo Conde Bueno Centro Universitário Funcesi - UNIFUNCESI

DOI:

https://doi.org/10.36674/mythos.v21i2.909

Palavras-chave:

Clínica Nômade; Território; Desterritorialização; Acompanhamento Terapêutico.

Resumo

A prática do Acompanhamento Terapêutico (AT) pode ser considerada como uma clínica que provoca a abertura de novos espaços para se trabalhar com pessoas em sofrimento mental, ultrapassando a ideia de que as intervenções devem ocorrer em ambientes fechados. Entrelaçando-se com postulados de outras clínicas que buscam transcender o modelo médico-centrado, ela é pensada como uma composição híbrida e itinerante de um coletivo de profissionais que possa favorecer novas formas de tratamento, indicadas aqui como um desvio, em um processo de desterritorialização dos acompanhados, isto é, sair de onde se encontra para abrir outras possibilidades de encontro, no território de vida das pessoas. Não se pretende que a função desses profissionais seja a de seguir os protocolos e/ou verdades previamente indicadas, mas sim a ampliar seu campo de atuação enquanto uma estratégia de cuidado atuante entre os saberes clínicos e um conector de redes em prol de um sujeito que padece em existência seu sofrimento.

Biografia do Autor

Rinaldo Conde Bueno, Centro Universitário Funcesi - UNIFUNCESI

Doutorado em Psicologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2016; Estágio Doutorado Sanduíche no Exterior - PDSE/CAPES no Posgrado en Antropologia Medica Universitat Rovira i Virgili, Espanha, 2015 - Orientador estrangeiro Dr. Angel Martínez-Hernaez; Mestrado em Psicologia pela PUC Minas em 2011; Estágio voluntário em saúde mental na Azienda per i Servizi Sanitari (ASS) di Trieste, Itália, 2002; Graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1996. Atuação em Serviços de Saúde Mental como psicólogo e coordenador; psicólogo do Espaço Rizoma e de UBS e ESF, sendo responsável técnico em Saúde Mental nesses locais. Professor em graduação e Pós-graduação de Psicologia, Supervisor Clínico Institucional em CAPS mineiros.

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Publicado

2024-11-04

Como Citar

Conde Bueno, R. (2024). Território e desterritorialização: um devir nômade no Acompanhamento Terapêutico. Revista Mythos, 21(2), 227–237. https://doi.org/10.36674/mythos.v21i2.909

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