Território e desterritorialização
um devir nômade no Acompanhamento Terapêutico
DOI:
https://doi.org/10.36674/mythos.v21i2.909Palavras-chave:
Clínica Nômade; Território; Desterritorialização; Acompanhamento Terapêutico.Resumo
A prática do Acompanhamento Terapêutico (AT) pode ser considerada como uma clínica que provoca a abertura de novos espaços para se trabalhar com pessoas em sofrimento mental, ultrapassando a ideia de que as intervenções devem ocorrer em ambientes fechados. Entrelaçando-se com postulados de outras clínicas que buscam transcender o modelo médico-centrado, ela é pensada como uma composição híbrida e itinerante de um coletivo de profissionais que possa favorecer novas formas de tratamento, indicadas aqui como um desvio, em um processo de desterritorialização dos acompanhados, isto é, sair de onde se encontra para abrir outras possibilidades de encontro, no território de vida das pessoas. Não se pretende que a função desses profissionais seja a de seguir os protocolos e/ou verdades previamente indicadas, mas sim a ampliar seu campo de atuação enquanto uma estratégia de cuidado atuante entre os saberes clínicos e um conector de redes em prol de um sujeito que padece em existência seu sofrimento.
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